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NOTA PÚBLICA SOBRE MORTES VIOLENTAS
Data de publicação: 09-02-2015

Nos últimos dias, as mortes e lesões graves, decorrentes de ação da RONDESP, vitimando, segundo noticiado, doze jovens pobres, negros, todos moradores de bairros periféricos de Salvador, podem ter resultado de atos injustificáveis de violência e abuso de prepostos do Estado. 

A frequente, ilegal e antidemocrática suposição de que o envolvimento com o mundo do crime pode justificar toda e qualquer ação violenta, praticada com o argumento de proteger a sociedade, parece orientar a ação de alguns representantes do Estado. E, lamentavelmente, essa é uma situação que não mais surpreende, pois os fatos e as justificativas se sucedem, tornando-se o cotidiano de nossa sociedade. Tanto assim que a Bahia figura em lugar de desonroso destaque nacional em mortes de jovens, negros e pobres.

Ao tempo em que lamentamos as mortes ocorridas e manifestamos nossa solidariedade aos familiares, reiteramos a nossa confiança em que este Governo, legitimado por compromissos democráticos, adote, imediatamente, a apuração rigorosa dos tristes episódios, identificando e responsabilizando os envolvidos. 
É preciso ainda que o Estado redefina as políticas de segurança, considerando que a violência como fenômeno político-social, em suas muitas dimensões e formas de manifestação, não pode ser enfrentada com ações meramente repressivas, muito menos com a prática de extermínio como forma de justiça. 

Esta é a posição do Juspopuli, organização não governamental que atua na educação para direitos e mediação popular de conflitos e se mantem comprometida em contribuir com todas as iniciativas, governamentais ou da sociedade civil, voltadas para a prevenção e reparação das violações de direitos humanos.

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