O Juspopuli repudia truculência de integrantes da PM
Data de publicação: 18-06-2017
O Juspopuli - Escritório de Direitos Humanos, organização da sociedade civil construída sobre a compreensão de que os conflitos sociais podem ser mediados por estratégias alternativas ao poder instituído, empoderando os sujeitos para que possam, através do diálogo, restabelecer os laços rompidos por dissensos naturais à diversidade humana, vem manifestar seu repúdio à conduta recorrente, injustificável, truculenta e desastrosa de integrantes da Policia Militar do Estado da Bahia, como a que atingiu a advogada Eduarda Gomes e um rapaz que tentou defendê-la, em episódio veiculado na imprensa e na mídia eletrônica, de repercussão negativa e reprovável para a segurança pública em nosso Estado.
Envergonham o despreparo profissional, o desempenho grotesco, as ações desastrosas e desmedidas de homens fardados, agindo em nome do Estado, que, antes de protegerem, destituem e desfiguram a segurança dos cidadãos.
A notícia publicada com imagens reais da violência dos policiais militares contra a pessoa humana, para além de intolerável e humilhante, revelam o impudor com que prepostos da segurança pública da Bahia enfrentam as conflituosidades nas rotinas sociais, o destempero como reagem a fatos do cotidiano e o despreparo psicológico para proteger a sociedade. O desrespeito às pessoas, a quem têm como dever garantir a integridade física, e o abuso no exercício do poder demonstram ainda a desigualdade de forças e armas perante o feminino, quando submetido, algemado, publicamente despojado de sua condição de pessoa com direito às garantias constitucionais inerentes à sua condição humana.
Impossível silenciar diante desse comportamento que ecoa comprometendo ainda mais a imagem de um Estado que tem alcançado percentuais inaceitáveis de violência policial, de truculência nas abordagens, de brutalidade na relação com a juventude negra, de ilegalidade nas buscas sem mandado nas comunidades pobres.
A sociedade não pode se omitir diante desse comportamento institucional mais afeiçoado à barbárie do que às funções da segurança pública, conforme a Constituição da República.
O Juspopuli, nesse contexto, quer se unir às vozes que repudiam a ação de integrantes da Polícia Militar da Bahia nas vergonhosas, abusivas e humilhantes abordagens cobrando das autoridades competentes rigorosa apuração dos fatos dessa natureza e exemplar resposta à sociedade sobre as consequências para os responsáveis pela conduta que, além de ferir de modo letal o Estado Democrático de Direito, trai a confiança da sociedade no já fragilizado sistema de justiça e segurança.